Dentre os sintomas que o paciente portador de DTM (Disfunção Temporomandibular) pode apresentar, podemos citar a dificuldade em abrir ou fechar a boca, a dor ao mastigar, as dores na face, na cabeça, no ouvido, estalidos na ATM (articulação que liga a mandíbula ao crânio)... São tantos os sintomas que vários deles algumas vezes podem ser confundidos com outros problemas, como por exemplo otalgias (dores de ouvido), enxaquecas, etc. Isso faz com que o paciente não saiba exatamente a qual profissional recorrer a fim de realizar um diagnóstico e um tratamento adequado.
Pensando sobre isso e sobre o que escrever no blog que pudesse ajudar de alguma forma quem sofre com esse problema, lembrei de quantas dúvidas e crenças chegam até mim sobre esse assunto e então resolvi elucidar aqui as principais perguntas que recebo no consultório. Se você se identificou com o descrito acima, esse texto poderá te ajudar.
Então, vamos às perguntas:
Dra., tenho DTM. É verdade que vou precisar usar aparelho ortodôntico para me tratar?
Durante muito tempo acreditou-se em uma íntima relação entre a oclusão (encaixe dos dentes) e a DTM. E sim, o tratamento ortodôntico já foi muito indicado com essa finalidade, melhorar a oclusão e “consequentemente” a DTM. Atualmente, os estudos não encontram essa associação, ou seja, você apresentar ou não uma mordida errada não te tornará mais ou menos propenso a apresentar sinais e sintomas de DTM. Sendo assim, a resposta é não. Você não precisará usar aparelho ortodôntico para se tratar.
Dra., me indicaram realizar uma cirurgia na articulação, será mesmo preciso?
Os tratamentos preconizados hoje em dia para o controle dos sinais e sintomas de DTM são, em sua grande maioria, tratamentos conservadores, não invasivos e reversíveis. A necessidade de cirurgia é rara, apenas em casos muito específicos.
Por isso, é tão importante procurar um profissional especialista em DTM que saiba realizar um correto diagnóstico e propor o melhor tratamento para cada caso individualmente.
Espero com esse texto ter ajudado ao menos um pouquinho a quem precisa e me coloco à disposição caso tenham outras dúvidas sobre o assunto.
Abraços,
Dra. Cristiana Soares Prado.