Hábitos orais na infância

SaluDigital Clínicas Online • Jul 29, 2020

Hábitos orais na infância

Hábitos orais são padrões de contração muscular aprendidos, são reflexo de atos repetitivos, constantes e agradáveis, trazendo sensações de prazer e podem tornarem-se nocivos, criando complicações na infância que podem se prolongar até a fase adulta.


Existem 2 tipos de hábitos orais:






Hábitos orais nutritivos: adquiridos na alimentação da criança, pela sucção do peito materno, ou mamadeira (nutritivo artificial), desde os primeiros meses de vida.



 Hábitos orais não nutritivos: adquiridos pela sucção ou mordida de partes da boca, mão ou de objetos, como:
  •  Sucção digital (chupar o dedo);
  •  Sucção / morder língua, bochechas, lábios ou objetos (chupeta, brinquedos);
  •  Bruxismo (ranger ou apertar os dentes)
  •  Onicofagia (roer unhas)




Os Hábitos Orais nocivos colocam em risco o Sistema Estomatognático, que envolve a sucção, deglutição, mastigação, respiração e fala, podendo comprometer o desenvolvimento orofacial da criança, a depender de sua frequência, intensidade, duração, idade e predisposição individual.

O surgimento destes comportamentos nocivos estimulam as contrações musculares anormais e podem advir de situações de insegurança, frustação, ansiedade ou angústia da criança ou da falta de amamentação materna nos primeiros meses de vida. Mas também podem ocorrer de comportamentos acidentais, que começam e progressivamente tornam-se repetitivos, perpetuando-se.

Quanto maior o tempo da prática do hábito oral nocivo, maior as chances do desenvolvimento orofacial de uma criança ser impactado, com alterações:
  • No desenvolvimento e posição dos dentes;
  • Posicionamento inadequado de maxilares, lábios, língua e palato;
  • Dos movimentos necessários de mastigar e engolir alimentos;
  • Níveis de respiração (ex: respiração bucal ou mista);
  • Na fala.

A melhor maneira de prevenir que um hábito oral torne-se nocivo é trabalhar na prevenção de sua instalação. E isto requer o acompanhamento da rotina da criança pelos pais e familiares, orientados para que isto não ocorra. Mas se os hábitos já estão instalados, recomenda-se que sejam eliminados até os 3 anos de idade, para diminuir os impactos negativos nas estruturas orofaciais e das funções de sucção, deglutição, mastigação, respiração e fala da criança.

Para eliminar os hábitos orais nocivos é necessário investigar as causas de sua instalação, importante também para que um comportamento não seja substituído por outro, como a substituição de chupeta pelo dedo, ou vice versa.

Dependendo do caso, será necessário uma equipe de especialistas, como médicos, dentistas, psicólogos, fonoaudiólogos, para avaliar a criança e realizar a intervenção necessária, com orientações e aconselhamentos aos pais e com terapia miofuncional, técnicas para modificar o comportamento, e tratamento ortodôntico com aparelho dentário.

Mas o primeiro passo para tratar o hábito oral nocivo é bastante simples, começa com a procura de informações e esclarecimentos. Procure o dentista ou a fonoaudióloga da criança e peça uma avaliação, conte suas preocupações e divida seus anseios para o pleno desenvolvimento orofacial de sua criança. Quanto mais cedo identificar possíveis problemas, melhor e mais fácil será a eliminação do hábito oral nocivo.


Fique atento se a criança:

  • Não mamar no peito nos primeiros meses de vida;
  • Fez uso de mamadeira e/ou chupeta após os 2 ou 3 anos;
  • Sugar os dedos, língua, e bochechas;
  • Rói unhas
  • Ficar sempre com a boca aberta;
  • Apresentar dificuldades na respiração, mantendo uma respiração pela boca ou boca e nariz;
  • Comer devagar ou rápido demais;
  • Demorar pra falar ou “ falar errado”

Dra Adebora Tozzi
Fonoaudióloga

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